POESIA SURREAL

A poesia é branca
E passeia incompreendida
Montada nos ponteiros de um relógio
De lentas horas oníricas.
Mergulha na persistência do imaginário
Alardeando a passagem de um sábio – escondendo
As laminas dos olhares
Que repousam na vastidão
Oca de cada átrio.
Rebate as substancias de um pensamento vão.
Derrama-se
Em linhas irreverentes
Editando cada gesto censurado
Da turba medíocre.
A poesia vive
Florescida flor-cardíaca
Das madrugadas enegrecidas – “não nos separaremos nunca mais”
Nunca mais...
“Nunca mais!” Grasnou o corvo.
E seu olhar pedinte de temporalidades
Faiscou ante a poética das letras
E a seqüência dos pensamentos
Obsecrados/ordenados/obcecados/obedecendo
Cada comando da tinta vermelha
Desvirginando a brancura da folha – que coisas maravilhosas vamos fazer hoje
Além de escrever em cada muro
E em cada pá deste moinho/vida
As poesias que nos damos?!
Quem sabe possamos escrever
Um anagrama
Com os nossos nomes?!


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Luciah Lopez
Enviado por Luciah Lopez em 13/02/2009
Reeditado em 06/08/2009
Código do texto: T1437765
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