RASCUNHO (Poema n. 63)
(Sócrates Di Lima)
BASILISSA, Eu sempre achei que minha vida fosse rascunhos,
Muitas histórias escritas nos meus pergaminhos.,
Sempre acreditei ser uma ave sem ninhos e cunhos,
Transeunte da solidão nos meus caminhos.
Mas, muito embora acreditasse nessa humana condição,
Não me furtei a escrever minhas memórias ilusionistas.,
Sonhos intermináveis sem que todos tivessem solução,
No entanto, a vida é um palco iluminado por artistas.
Ator coadjuvante atuei em papéis simplórios,
Alguns dramas, desejos surrealistas.,
Romances eternizados e contraditórios,
Prazeres loucos fragmentados e alienistas.
Nos palcos da vida representei emoções,
Sofri calado as perdas e as fatalidades.,
Escrevi meus dilemas com as penas do coração,
Sonhei, cantei, dancei, amei nas minhas verdades.
E o que foi motivos de felicidades,
Estão escritos nas páginas pouco lidas.,
E quando manuseadas remontam saudades,
Sem esperança de vê-los renascidas.
E hoje percebo que minha vida deixa de ser rascunho,
Passa a ser um livro escrito com pergaminhos clássicos.,
Escrita com letras garrafais e de próprio punho,
Banhada pelos sublimes odores balsâmicos.
Um amor que explode feito balsâmina,
Que nos jardins da alma cultiva com louvor.,
Flores que produzem beleza e odor que contamina,
E faz desrascunhar a alma para viver só de amor.
...O nosso amor que acaba de nascer.
(Em 20/02/2009 – 11h09 – Registrada)