PENETRAÇÃO

Não imponho limites agora:

permito a entrada da chuva,

que escorre de tua carne

e me lava.

E fecho os olhos

para melhor escutar o som

do mundo lá fora.

Por que chamam isso de pecado?

Sinto-me leve

e sem medo.

Estou aqui e te tenho,

pois me tens.

E incrivelmente estamos

absolutamente livres,

soltos no ar,

como plumas ao vento.

Doce invasor, confesso:

é como se há milênios

eu te aguardasse em mim.