Como estrelas prometidas

Às vezes penso colher estrelas para enfeitar meus versos.
Mas elas não estão ao alcance da minha mão.
Tão longe quanto as estrelas, ouço os desígnios do teu coração.
Tão perto parecem as palavras de teus desejos sinceros.
Tais palavras, entretanto, são soam como estrelas prometidas
No transe deliroso do prazer, em meio a equivocadas juras de amor.
Deste modo desvanece a ilusão, dando lugar no peito à dor.
Às vezes vejo a lua, outra testemunha de tua promessa.
Busco-te no lugar de sempre, onde sempre passas com pressa.
Negando aos meus lábios até mesmo o leve sabor do beijo teu.
Sem deixar sequer a sensação do teu calor no corpo meu.
Ah, esse amor! que de toda liberdade é desprovido.
Cresce por ti a cada dia, deixando o meu coração partido.
Pois o sol sempre ressurge, renovando a minha esperança.
E eu, esquecido das desventuras, te recebo em minha lembrança.
Posto que a saudade que todos os dias chama por mim.
Faz-me crer no amor sincero. Por que tem que ser assim?
Perdoa o meu reclamar incansável por um amor presencial.
Um amor que ficou no tempo que o tempo não pôs final.
Que pode não viver o presente, nem pode passar das palavras à ação.
O que me resta, se não vivê-lo a minha moda, à espera da canção?
Que sempre toca. Sim. A tua doce voz que soa em meus ouvidos.
Inundando-me como um bálsamo refrescante em meus sentidos.
Tão perto eu sinto as palavras de teus desejos sinceros.
Invade-me o ímpeto de colher estrelas para enfeitar meus versos.
Tão perto, tão perto que as sinto, bem ao alcance da minha mão.
Bem perto como as estrelas, ouço os desígnios do teu coração.



Este texto faz parte da coletânea Alma Nua de Ivo Crifar, pela editora Baraúna.
Ivo Crifar
Enviado por Ivo Crifar em 20/02/2009
Reeditado em 08/11/2010
Código do texto: T1449275
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