De quatro...

Nos poros da minha pele nua

A boca tua está gravada

Num toque perfeito e preciso

As tuas mãos espalmadas

Percorrendo minhas veredas

Eu ainda sinto...

Por dentro passeastes.

Por dentro adormecestes.

Por dentro me acordastes...

Nos ardores das minhas entranhas

Percorre-me as veias os teus beijos

Nos meus órgãos, instalados estão

as tuas palavras, o nosso mar de delícias.

O ar me falta sem teus beijos

E o peito não pulsa sem tuas carícias

Pulmão e coração foram tomados...

O sábio que me habita

disse com voz grave e risonha:

"O amor é um fato que nos tira o recato.

E quando o amor chega assim,

se segura...

sempre nos deixa de quatro."

Regina Veyhes

Porto Alegre, maio de 2001

Regina Veyhes
Enviado por Regina Veyhes em 20/02/2009
Reeditado em 20/02/2009
Código do texto: T1449539
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