De quatro...
Nos poros da minha pele nua
A boca tua está gravada
Num toque perfeito e preciso
As tuas mãos espalmadas
Percorrendo minhas veredas
Eu ainda sinto...
Por dentro passeastes.
Por dentro adormecestes.
Por dentro me acordastes...
Nos ardores das minhas entranhas
Percorre-me as veias os teus beijos
Nos meus órgãos, instalados estão
as tuas palavras, o nosso mar de delícias.
O ar me falta sem teus beijos
E o peito não pulsa sem tuas carícias
Pulmão e coração foram tomados...
O sábio que me habita
disse com voz grave e risonha:
"O amor é um fato que nos tira o recato.
E quando o amor chega assim,
se segura...
sempre nos deixa de quatro."
Regina Veyhes
Porto Alegre, maio de 2001