Abre alas

de Edson Gonçalves Ferreira

para Malubarni e Miguel, Claraluna, Celina Figueiredo, Sônia

Ortega, Susana, Dulcinéia, Edyth Menezes, Henricabílio, Fernanda

Araújo, Teris Henrique Filho, Katleen Lessa, Sunny Lóra, Zé

Albano, Tera Sá, Zélia Nicolodi, Maria Emília (Milla) e amigos do

Recanto e leitores

Escuto a voz de Chiquinha, a Gonzaga

Cantando: "Ô abre alas, eu quero passar..."

É assim que eu vivo, cantando

Tenho que passar sonoramente

Amar muito como ela

Amor não tem idade

Quem não conhece a história da compositora perde

Amou sem medo da sociedade

Não era sepulcro caiado

Imortalizou-se na vida e, depois, além dela

"Ô abre alas, eu quero passar, eu sou da Lira, não posso negar..."

Penso em Pessoa que diz: "Sou eu, um universo pensante de carne e osso querendo passar, e que há de passar por força, porque, quando

quero passar, sou Deus"

Faço minhas as palavras dele

Sei que não sou santo, nem tenho essa pretensão

O que me consagra são as minhas palavras

São construídas em cima das palavras já sacralizadas por outros

Elas têm o amor de vocês, consagrando-as

Palavra tem que ser ponte amorosa

Nunca o contrário é válido

O Menino não me deixa mentir

Ele, agora, canta comigo: "Ô abre alas, eu quero passar..."

Ele que sofreu discriminações e morreu na Cruz, entende tudo

Confessa-me que Chiquinha está lá no Céu, encantando a todos

Aproveito e entôo: "Ô lua branca, de fulgor e de encantos,

Se é verdade que ao amor tu dás abrigo,

Ai, vem tirar dos olhos meus o pranto,

Ai, vem matar essa paixão que anda comigo"

E, com os olhos cheios de lágrimas, deixo um beijo e um abraço

E, como bom mineiro, um queijo, para vocês todos.

Divinópolis, 24.02.09

edson gonçalves ferreira
Enviado por edson gonçalves ferreira em 24/02/2009
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