Estado de graça
Sabe...
Eu aqui tanto preciso
Saber de ti minha amada
Dize-me que nome se dá
A este estado d’alma
Que rouba da gente o juízo
Que deixa a gente fora de órbita
Que enumera madrugadas acesas
E que eleva nosso espírito
Acima do alcance das mãos
Ao nível das estrelas.
Para minha certeza
Eu careço de que me dize
Sem floreios minha princeza
Ao pé de meu ouvido
Que nome se dá
A este inesperado capricho
A este estado d’alma
Que faz da gente um ser dividido:
Com todo o sentido na estrada
E toda emoção à vida.
Eu quase todo tempo perdido
Teu semblante no meu nariz.
Que nome se dá, me dize
A este estado d’alma
Que nos desperta cheios de graça.
Eu me multiplico:
Quase não caibo nesta casa
Só te vejo n’uma metade;
N’outra, eterna felicidade
Que espelha no prateado da lua.
Eu jogando rimas pelas ruas
Feito poeta de praça
Feito palhaço de circo.