Estado de graça

Sabe...

Eu aqui tanto preciso

Saber de ti minha amada

Dize-me que nome se dá

A este estado d’alma

Que rouba da gente o juízo

Que deixa a gente fora de órbita

Que enumera madrugadas acesas

E que eleva nosso espírito

Acima do alcance das mãos

Ao nível das estrelas.

Para minha certeza

Eu careço de que me dize

Sem floreios minha princeza

Ao pé de meu ouvido

Que nome se dá

A este inesperado capricho

A este estado d’alma

Que faz da gente um ser dividido:

Com todo o sentido na estrada

E toda emoção à vida.

Eu quase todo tempo perdido

Teu semblante no meu nariz.

Que nome se dá, me dize

A este estado d’alma

Que nos desperta cheios de graça.

Eu me multiplico:

Quase não caibo nesta casa

Só te vejo n’uma metade;

N’outra, eterna felicidade

Que espelha no prateado da lua.

Eu jogando rimas pelas ruas

Feito poeta de praça

Feito palhaço de circo.

Cid Rodrigues Rubelita
Enviado por Cid Rodrigues Rubelita em 26/04/2006
Código do texto: T145746