Cartas de amor
Não escrevo cartas de amor,
Pois, só os tolos escrevem cartas de amor.
Quem escreve cartas de amor tem coração de ingênuo;
Coração de quem vive nas nuvens.
A cabeça é como girândolas,
E os pés não andam, flutuam ...
O corpo todo é solto,
Os braços são revoltos,
E as mãos falam pela boca.
Só os tolos escrevem cartas de amor,
Pois, só os tolos pensam com o coração.
Eu, homo sapiens, sou racional.
Só me envolvo em intrincados cálculos...
A matemática da vida me absorve.
Só me dedico ao concreto, ao real...
Felicidade, é tema que não me seduz, não me atrai.
São abstrações que só aos tolos interessa
Pois, é próprio dos tolos a divagação.
Eu, por só preocupar-me com o concreto, com o real,
Não questiono a felicidade. Não perquiro o ser feliz,
Pois, felicidade é o objeto dos tolos.
Eu, homo sapiens, só me ocupa o saber.
Não tenho tempo para ser feliz
- (Sou presunçoso, por demais).
Só os tolos sãos felizes;
Só os tolos escrevem cartas de amor.