QUEM AMA NÃO ESQUECE

Hoje, enquanto lá fora brilha intensa

a lua, e, as águas do Tejo, parecem

feitas de prata, levando, no seu dorso,

os últimos barcos de pesca, de volta a

suas casas, ao olhar as estrelas, que,

mais se parecem, com milhares de

grãozinhos de areia, por sobre o manto

do céu, vem-me à lembrança, teu rosto.

Vejo-o sereno, de uma sensibilidade e

sensualidade comovente, numa forma

muito tua, de ser e de te entregares, à

vida. Convenço-me, de que, talvez, em

mim, estejas a pensar, guardando-me

em silêncio, respeitosamente, enquanto

a lonjura, lá vai marcando sua presença,

ao fechar as janelas, de meu quarto.

Encerradas as janelas, mantenho, ainda

assim, o sonho bem vivo, de que nosso

amor, está impregnado, em tudo que

existe ou venha a existir. Por isso solidão

é qualquer coisa, de inexistente, entre

nós dois. E, sucumbindo à flor, do desejo,

a espera toma-te para mim, para que, de

cuidados, se façam os anelos, que te deixo.

Jorge Humberto

25/02/09

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 26/02/2009
Código do texto: T1458675
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