...MOMENTO

O que foi consumado, já era.

Quem aguarda, espera,

há de vir...

o fruitivo enlace da vida com o existir.

Espero, aguardo,

esqueço...

feneço.

Mas, há se sorrir entre estrelas

ou em manhãs frescas,

a existência sem cobiças,

sem invejas, sem tetos furados...

cabeças ocas.

Hei de ver lapidado,

sonoro, moldado,

meu beijo em tantas bocas.

Hei de ter teu corpo esculpido,

cativo, silencioso ao meu abraço

que de tantas foram, hoje de uma só.

Os mistérios interioranos,

mitos gregos, troianos,

serão aflorados sobre a terra.

Sim, hei de ter na vida a existência,

a pujança de quem idealiza

existir na vida,

sem que hajam vidas sem evidências.