Yolanda
Autora: Eliane Martins
Os ventos uivam
a guilhotina cai
os delírios vagam
o homem trai.
Vê-se apenas o precipício
e um corpo inerte- ao léu,
parece não temer o perigo
pensa alcançar o céu.
No contorno suave da sua face
verte um rio denso
e como se a um passado lavasse
desagua em revolto silêncio
onde gritar é libido,
loucura é razão!
Pensar em ti é proibido
oh ingrata paixão!
Exatamente como me sinto
pouco te interessa
nossas vidas largaste num absinto
tudo isto porque tu, tu tens muita pressa.
Como podes algoz vil cobrar algo dos que sofrem?
Se no exato instante da dor é impossível entender o precatório.
Que teu narcisismo aliado ao teu egoísmo te consolem
a firmar perene amizade a te advogar no purgatório.
Ao período convalescente
derradeira metamorfose latente,
a mulher subjuga o homem traiçoeiro,
sobrepuja a guerreira pronta a viver novamente.