A busca por carinhos
Um dia o amor resolveu sair em busca de carinhos
Ao deparar-se com as estradas, viu que havia muitos outros caminhos.
Então preparou o seu espírito para aquela longa viagem
Sem nem saber ao menos por onde seguir.
Seu único objetivo era somente ir
Caminhar por lugares onde os sonhos que lhe dessem passagem.
Depois de muito caminhar, o amor se deparou com a saudade.
Ele não a vida fazia quase uma eternidade.
Logo lhe perguntou: por que choras grande amiga?
E em soluços a saudade respondeu-lhe: esqueceram-me aqui.
E sem palavras o amor parou por instantes de sorrir
Vendo que até a saudade possui uma parte doída.
Seus passos começaram a ficar mais apressados.
Porque o medo brincava com ele em seus vales assombrados.
Então de repente ele parou e disse:
Por que tomas-me agora que estou tão longe de casa?
Foi tu quem me deste a primeira asa
Para que sem demora em busca dos carinhos eu seguisse.
E por encanto tudo aquilo se acalmou e o amor voltou ao seu destino.
Sonhava no dia em que encontraria todos os carinhos sorrindo.
Anoiteceu e ele se encostou numa árvore velha que havia ali.
E ela disse: perdoe-me meu nobre senhor,
Perceba que não mais posso doar-lhe minhas folhas como cobertor
Pois o vento elas me esqueceram e com o frio fiquei aqui.
As lágrimas escorriam no rosto do amor como chuvas de verão.
Triste, muito triste ele estava por ver que ninguém o tinha no coração.
E caminhando de volta para casa ele foi deixando flores pelos caminhos
Como um meio de todos perceberem que ele estava vivo.
E que a tristeza, o medo, a dor, nada disso seria mais preciso.
Pois para sempre ali ele iria ficar, mesmo sem nunca ter conhecido os carinhos.
(Dedico esse poema aos meus amigos poetas, Andreza Estefany, Rafael Fernando e Tiago Duraes)