Tudo que você plantou
Ainda está aqui
Vicejando
Nada morreu...!
Os lábios do desejo, sempre prontos
A vertigem do corpo amolecido
A eletricidade das mãos
As fagulhas nos olhares
A mistura terna de nossas peles
O calor das bocas incineradas
O desmaio dos sentidos
O palpitar da espera
Tudo guardei,
Eu te aguardo, minha gueixa
Com a mesma ansiedade
Da respiração diminuída de outrora
Porque tudo está no mesmo lugar
Onde tudo te espera, meu amor
O farfalhar das asas
Dos sonhos, quebrando o silencio
O quarto inundado com teu cheiro
Que me traz a brisa
Na noite imensa
Em que as estrelas me velam
E não dormirão
Antes de mim.