Ó meu Deus...

O que é feito do meu pensamento, ó meu Deus, o que é feito,

Trilhou por caminhos onde outros lindos rostos descoraram,

Sobrevivendo aos fados e agora se vê com o sorriso desfeito,

Lamentando delitos, que não interessam posto que, já passaram.

A antiga linha abrupta, recortada em mil e quinhentos pedaços,

Onde se esconderam aqueles encantos tão levianos e fracos,

Haverá de chegar uma hora exata para retornar aos velhos traços,

Poderá o poeta tão mudado, fazer um mosaico a partir desses cacos?

Não flutua mais sua alma pelo vale da imatura ilusão, ela caiu na real,

E olha seu horizonte com temperança, esperando o momento certo,

Mas quem não perceberia que não é essa a sua essência natural...

Do que aos outros soa normal, sua mente inquieta nem chega perto.

Que não se perca nada, ó meu Deus, nesse processo de contenção,

Nem a arte de ser quem sou, nem a glória de viver meu grande amor,

Ainda que o impulso ás vezes se sobressaia à calma, em meu coração.

E se possível for, dá-me um pouco de paciência e afaste de mim essa dor...

Priscila Neves
Enviado por Priscila Neves em 23/03/2009
Código do texto: T1502186
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