Margaridas no rancho...

Guida Linhares

Ele tinha um jeito tão galante,

que onde chegava,

a sala toda se iluminava.

Alegria contagiante.

Braços largos, abraço apertado,

o tapinha no ombro, no rosto o beijinho.

Seus olhos eram da cor do mel

mas brilhavam feito faíscas,

e despertavam uma doce cobiça.

Vivia cercado de mil amigas,

que sentiam-se tão protegidas,

pelo seu jeitão de ser, só carinhos.

Ele morava lá detrás da serra.

Num rancho fundo bem aconchegante,

e nem se pode dizer que era no fim do mundo.

Bem rústico e espaçoso, em meio à natureza.

Com uma rede preguiçosa na varanda,

e o florido caramanchão bem na entrada.

Poder-se-ia dizer que ali moravam

sem nenhuma sombra de dúvida,

a tranqüilidade de braços com a felicidade.

Cada detalhe do cafofo era um encanto.

O vaso de margaridas, ao fundo as persianas,

abriam-se muito para os mil sonhares.

E quem ali morava sabia que a existência,

para ser bem vivida e conquistada,

tem que contar com muita garra e valentia

Mas sobretudo com desmedido afeto,

que ali naturalmente se desenrolava

em mil carícias e sussurros.

Entre chamegos e um doce beijo,

ao som de uma deliciosa melodia,

naquela tarde gulosa, o amor apetecia.

Santos/SP/Brasil

12/05/08