Nada me dizem, enquanto amo
Que dela não me falem as línguas ferinas que tanto nos invejaram,
entornando as blasfêmias e espalhando a discórdia como herança.
No desvelo enganoso, cujo olhar oblíquo espreitava
as longas horas de amor que entre mensagens apaixonadas,
vivenciávamos, os dois, a possibilidade do inacreditável.
Desfeitos os planos que o coração planejara tão docemente,
em silêncio calei as esperanças de todos os acontecimentos interrompidos.
Escorreram seu veneno as infames criaturas aladas de maldade,
que separam vidas, que distante se unem, mas frágeis estremecem.
Tripudiam e vangloriam a desunião por nada entenderem de amor.
Não tenho para elas nenhum olhar bondoso, mas o rancor me abandona.
Ressentidos foram meus sentimentos de ser por tão pouco desacreditado.
Tenho os poemas do que não posso, servindo minha mais profunda inspiração.
E dela, aquela que de mim nada soube e apenas julgou-me fardo de mentiras,
guardo, abrigada na alma, sua presença mais intensa em meu coração...
18h26min.
25/03/09