AMOR REAL

O desatino incansável da busca

Retém a dor

Dos gestos múltiplos e catatônicos

Da alma inacabada e vazia.

Choco-me com meus íntimos desejos,

Diante das suas feições.

Com que mísera fantasia

Contemplas sentimento tão voraz?

Atiro-me em busca da veracidade,

Dos sentimentos que há em mim.

Sentimentos alojados na alma,

No sangue, na poesia, na razão

E beleza dessa verdade.

Rastreio-a diligentemente,

Encontro-a nesse coração aflito.

Está lá, embutido

Como uma impressão digital,

Um registro permanente

Como quem rabisca frases desconectas

Em folhas brancas de papel.

Não há saída...

É profundo, é profano,

Tanto quanto seu vasto conhecimento

E inteligibilidade à minha condição.

A negação do amor é a morte da alma...

Negue-o,

Embora possa vê-lo.

Retenho-o

Olhando no brilho dos seus olhos

E no sorriso lívido dos teus lábios.

Ieda Alkimim
Enviado por Ieda Alkimim em 26/03/2009
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