Céu de Espumas

Ó vasta e densa cabeleira,

Tosão ondulante de negrura

Que cai em caracóis pela cintura

E em franjas pelas sobrancelhas!...

Quero agitá-la em véus de brumas

Para que faísque pratas de cometas;

Para que seja refúgio das borboletas;

Para que seja um céu de espumas!...

Quero prendê-la num céu de estrelas;

Enroscar a negra crina em meus punhos;

Cavalgar em teu dorso pelos mundos;

Rasgar contigo as tardes vermelhas!...

Quero um gozar novo, de forma serena;

Ejacular uma via-láctea dentro de você;

Fazer-te um filho como eu faço um poema;

Depois como um louva-deus... Fenecer!

Gil Ferrys
Enviado por Gil Ferrys em 26/03/2009
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