Vingança

De meus olhos fiz janelas
que se abrem à luz intensa
de um amor, meio maldito,
com sabor de traição
Tento baixar as pálpebras
como se fossem cortinas
e não prestar atenção
às pancadas de dor na alma;
mas, quando o vejo sorrir
para outra que não eu
passo, às pressas, o ferrolho
de uma porta imaginária
trancando, bem lá no fundo,
o desejo que ainda resta
de aprisionar sua boca, cobrir seus olhos,
esconder seu peito e ,
assim, só com você,
soborear um corpo que já não é meu
forçando-o, desta vez comigo,
a trair aquela por quem um dia,
você de mim se esqueceu.