Eu, Poema

Tentei formar-me em versos, seguiram linhas turvas

Vrsos brancos, sem barreiras, sem prisões...

Palavras evasivas, divagantes, pra algo te dizer!

Coloquei-me à disposição de tua espera

busquei em ti o poeta que pudesse em mim se inspirar.

Caminhei por entre estrofes conturbadas

Tentando encontrar o elo pra selar

Um estilo, um sentido, uma razão

Porém fui pego pela métrica ofuscante

Ela, má, não me deixou seguir...

Tentei ser assim, um poema aberto e livre

Um tanto de aventuras que em ti soubesse buscar

E até rendar um som sublime

Promover-me da surdez e te ouvir!

Mas, de novo, a métrica sufocou o meu desejo

E então no anonimato me recolhi...

Tentei deixar de me esconder...

Publicar-te as coisas belas que de mim pudessem partir

Fazer-te sentir aceso, coberto, tornar-te meu autor...

Porém, de novo, com medo me escondi...

E assim vou eu: poema sem poeta

Versos sem rima, sem brilho, sem cor...

Um desejo de ser sentido, tocado, percebido

sem mistérios, sem limites

Por apenas um

O escolhido trovador!

(escrito em 1996)

Nalva
Enviado por Nalva em 07/05/2006
Reeditado em 19/02/2014
Código do texto: T151748
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