DESTINO

Teu rosto era um céu sertanejo

quando a noite, madura, deixa

dispersas sobre si estrelas

e espécies raras de belezas.

E o meu corpo era todo um sonho

pairando sobre doces brisas.

E onde estavam os meus pensamentos?

Em teu rosto, em tua pele lisa?

Ou era somente a inocência

elevando-nos aos mais belos

encantos? Ou era a virtude

que nos reencontrava – o elo

que atravessava o universo

em busca de nossos caminhos?

Ah, doce Deisy, o nosso berço...

Era o nosso berço ninando

a nossa infância, preparando

o fruto que somos agora?

Que somos agora senão

um verso todo harmonizado?

Que somos, senão o reflexo

perfeito de um céu estrelado?

Assim, todo aquele momento

em que éramos somente filhos

é o meu olhar te procurando,

é o teu sentido, o teu rio

buscando o meu olhar que dorme.

E somos somente nós dois.

Somos somente o que não foi,

para ser o que somos: tudo.

Júlio Miguel
Enviado por Júlio Miguel em 04/04/2009
Código do texto: T1523146
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