AMOR DA ETERNIDADE
A tarde se aproxima lentamente
No céu a ave baila num voo seguro e canta.
O vento sopra... uma brisa cheia de lembranças
Encantos e desenganos que se foram para sempre.
A tristeza caminha junto a mim
Como a sombra em noites enluaradas.
Não te tenho em meus braços
Guardo-te na memória... amor sem-fim.
Amei-te... e tu a mim amaste, bem sei
Beijamo-nos, abraçamo-nos e entregamo-nos.
E como não amar teus pequeninos olhos?
Mãos de menino... abraços de homem feito.
Em teu olhar quantos vezes me perdi... e encontrei-me
E hoje posso lembrar os versos mais tristes, companheiros meus.
Tu te foste para nunca mais voltar
E no sal das minhas lágrimas vejo o arco-íris da infinita saudade.
Agora tão longe se vais, sorrateiro... jazes
Mas a minh'alma teima em te buscar.
Em vão... tu já não estás mais aqui... longe se vai
Levando as minhas ilusões inteiras.
Ah, menino levado! Pegou-me de surpresa
Foi-se sem ao menos despedir, de modo traiçoeiro.
E ali, naquele momento etério, sarcástico
Sem riso, ou aceno, num ato obsceno surpreende.
A noite anuncia o fim de mais um dia
Quem dera que a poesia pudesse devolver-me a alegria.
Mesmo em versos trocados e inversos... uma nostalgia
Incongruentes, descompassados tal como tu enquanto a vida vivia.
A morte, de quem tu tanto rias, pegou-te de jeito
Deixando esse amargo sabor e esse vazio no peito.
Ah, cocote, Clóvis, CBO, como eu dizia
O meu coração não se contenta, bem sei que dele ririas.
Bate forte um sentimento... uma saudade
Queria contigo achar essa tal felicidade.
Não deu... tempo... nem oportunidade
Fica comigo a lembrança do meu amor na eternidade.