Um gesto de desnudez provisória
Escrevo não para ser compreendida
Nem para responder a perguntas
Não escrevo em versos perfeitos
Nem em rimas entrelaçadas
Escrevo não para que me leiam
Nem para que me releiam
Muito menos para tornarem infinitas
Palavras minhas
Escrevo porque meu sangue ferve
Minha veia pulsa
Minha alma tem sede
De não sei ainda o que...
Escrevo porque se assim
Não o fizesse
Sufocada estaria
Em pensamentos, letras e palavras...
Assim escrevo para não tornar
Minha morte tão óbvia...
Porém no fundo
Penso ter o desejo que
Me leiam...