ENQUANTO TE ESPERO

É longa a espera por ti

Assim, lentamente, tonto de ansiedade

fico a dissecar teu ser

Começo a desmontar tuas partes

a ver o complexo do teu ser orgânico

a conhecer teu intrínseco

Da metodologia da investigação

primeiro é saber se por trás dos teus verdes olhos

enxergas o outro e o mundo colorido

e, pois, se com cor a visão não é míope

Segundo é constatar, na retaguarda da visão

o que dá consistência ao que vislumbras

além da névoa dos sonhos e da ilusão

Faço assim – depois nenhum rigor mais

Procuro, então, pelo mecanismo que faceia teu rosto

suaviza teu beijo e lhe dá um gosto etéreo

E mais:

estudo o comando mágico

que regula a maciez do teu toque

Por último, tento descobrir a fonte líquida do teu cheiro

E tu chegas e me cura.

Eu te remonto e, sem desvendar

o segredo da tua essência, vou te amando.