Escrava
Me chama ao telefone
e ouço, submissa,
suas ordens costumeiras,
deixando que o rubor
se espalhe por meu corpo
em rios sensuais
e prazer ofertado
de quem, há muito,
enfeitiçou minha alma
cegou meus olhos, domou meu querer
Estou entre as paredes do mundo
vivendo cegamente este amor
e no turbilhão das noites
no urgente entrelaçar de corpos
já não sei mais quem sou
No clarear da manhã
sinto que meu tempo se esvaí
e eu, pobre amante,
sigo querendo mais a cada dia,
temendo a hora em que renegará
esta vida que tão loucamente,
tão completamente lhe dei!