Tempo insano
Vem chegando um tempo
Quisera eu que ele viesse para esfriar
Mas com o tempo, o que chega a ferver é a consciência
Em uma ebulição constante
Como bolhas de ar pulando na mente,
Retirando a suavidade da água transparente que entre nós existiu
Ah, essa água morna e excitante, Onde mergulhei cada parte de mim
Onde pouco a pouco tirei as velhas vestes que a vida me deu
E sem o menor esforço me despi
E agora, vem esse tempo insano,
Querendo me impor a urgência da escolha
Como posso escolher diante do que já tive?
Como posso escolher sabendo o que nunca vou ter?
Vai tempo!
Corre na minha frente
E decide por mim
Que eu fico aqui entre a lembrança e a realidade,
Desejando fugir das duas sem poder