DESDE A ETERNIDADE

Após um longo dia, o momento tão esperado,

De, finalmente, ter-te, musa, ao meu lado,

È noite...

De agora em diante, fica esquecida a saudade

Que, em nosso peito, agredia a felicidade,

Qual açoite...

Dos meus braços, ofereço-te o aconchego,

À minha alma, tu devolves o sossego.

Felizes, nós nos estreitamos num abraço,

Prontos a fruir, do pleno amor, cada passo,

Cada fase...

Tu aguças, em mim, um a um, os meus sentidos,

De forma a nos fazermos, ambos, enlouquecidos,

Ou quase...

Mas se o amor tem tanto de desejo e de ternura,

Ao certo tem também de sanidade e de loucura.

Deixo, primeiramente, que do meu corpo tomes conta,

Porque a minha própria alma, em sua essência, aponta

Teu ser...

Como a mulher que, trilhando comigo os caminhos do amor,

Consegue dar-me a plenitude do que tem ele em sabor,

Em prazer...

Tu me percorres inteiro, ardente e apaixonada,

E me fazes crer que, à nossa volta, não há nada.

Então, em delirante êxtase, o teu corpo me entregas,

Para que também eu te percorra, quase às cegas,

Em carícias...

E tenho-te em minhas mãos, que te cuidam com carinho,

Enquanto, ao teu ouvido, eu sussurro, bem baixinho,

Mil delícias...

E nos teus olhos posso ver o quanto bem te faço,

Até que, sobre mim, estendes o teu corpo lasso.

E, saciados, nos deixamos ficar, corpos colados,

Pele a pele, a usufruir tais maravilhas, abraçados,

A ouvir...

Qual doce fundo musical, nossa canção predileta,

Aquela que toca fundo a nossa alma de poeta,

E faz sentir...

Que nós nos encontramos algum dia, na verdade,

Porque juntos, já estávamos, desde a eternidade.

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 17/04/2009
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