Flores de Vida

Qual flor delicada que surgiu na primavera,
poderá resistir às frias brisas
da maturidade do outono?
Qual coração aquecido pelas chamas
das ardentes paixões,
aprenderá, um dia, a pulsar
pelo calor afetivo do suave amor?
Que exista este dia.
Que ele despreze o tempo dos calendários,
que ele comungue com a eternidade.
Que seja escrito na alma.
E então ele não será como pluma
a se perder no vento do destino.
Não será escravo do acaso,
mas terá vida própria e sua busca
será vínculo entre almas,
será aliança consolidada por um olhar.
E estes olhares haverão de se buscar,
depositários deste mistério.
Serão olhos depositários de lágrimas,
serão olhos de molduras de sorrisos.
Serão promessa de inquietação e paciência,
inspiração para a esperança.
E esta será a musa
que há de unir letras em sílabas
e estas em palavras
para, em pacto com o Criador,
organizarem-se no corpo do leve poema.

 
Gilberto Brandão Marcon
Enviado por Gilberto Brandão Marcon em 17/04/2009
Reeditado em 14/09/2019
Código do texto: T1545079
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