Ainda não aprendi como sonhar

Hoje eu ouvi uma canção que falava de despedida
Um ser que amava se esmerava para evitar o momento da partida
Senti na pele o desespero de você sumir outra vez da minha vida
Já faz algum tempo que venho sofrendo o teu silêncio
E as minhas palavras caem no vazio
Tudo bem se você esquecer, ou até mesmo ignorar, as minhas poesias
Meu temor é que você esqueça por completo de mim
Tão impossível é o nosso amor, tanto é difícil para mim eu deixar de te amar
Contudo, sejam as minhas palavras como fios de amor
Derramadas como bálsamo no teu coração
Porque eu me vejo sozinho numa esquina qualquer do meu pensamento
Tentando preencher a lacuna por ti deixada em meu peito
Cativo que sou do meu sentimento
Querendo me acostumar com a tua ausência
Sonhando abraçar teu corpo
Almejando te beijar com a tua anuência
Mas esse querer repetido nos meus versos me devora
Sempre em busca do teu olhar, eu vejo as ondas batendo na areia
Arrebentando cada lembrança, num instante, sem demora
Faz-me a saudade doer do tamanho da imensidão do mar
Minha esperança é o ocaso trazer-me o acaso
E o meu olhar apaixonado venha deparar com o teu
Um olhar profundo como o meu amor por ti
Seremos únicos no mundo
Minhas pernas vão paralisar, meus lábios vão emudecer
Minha única palavra será um sorriso lívido
Quem sabe uma lágrima de alegria incontida role no meu rosto
Talvez alguém precise apertar um botão qualquer
Para o mundo continuar o seu giro
Eu vou ficar por conta do momento
Refém da minha emoção
Porque essa é uma situação
Que eu ainda não aprendi como sonhar.



Este texto faz parte da coletânea Alma Nua de Ivo Crifar, pela editora Baraúna.