VOCÊ

Você, como sempre,
me chega bonita,
falando de flores,
no que acredita,
passando e traçando
as escritas com jeito
de quem vai pinçando
palavras no peito,
guardadas de sonhos
de muito querer.

Você, como sempre,
é azul, cor de rosa,
é verde, é vermelha,
e assim se assemelha
à cor do mais casto
de toda pureza
contida no vasto
de todas as cores
da mãe natureza.

Você, como sempre,
enfeita-me a vista
com traços de artista
que cria canteiros
de plantas viçosas
e faz verdadeiros
os sonhos de rosas
no encanto da vida,
que nunca é vivida
em canto qualquer,
na forma pedida
nem como se quer.

Você, como sempre,
igual às deidades,
confessa saudades,
evoca carinhos
de forma sincera,
retraça caminhos,
e esquina a espera
de tudo de bom
que leva consigo.

E descansa no ombro
e nos braços de amigo,
sem nenhum assombro,
sem medo e sem pejo
do toque de um beijo,
sem cismas dos laços
que envolvem abraços
e aguçam quimeras
de doce abandono,
de folhas de outono
e gentis primaveras .

Você, como sempre,
na foto me fita
e em versos me excita,
e me deixa sem nexo,
se canta e decanta
as delícias do sexo.
Você que acredita
nas letras que lê
de poetas descridos,
você que é bonita
gerando libidos,
em todos os sentidos,
você é você.

Odir, de passagem