Transparência da Alma

Reflexos, imagens, que nas águas, se perdem,

Mensagens que, em ondas, se escrevem.

São as mesmas respostas, que as palavras não dizem,

Que a curiosidade atiça, e nos atingem,

No silêncio infinito da espera discreta,

Que guarda no âmago a verdade secreta,

Onde tudo é real, mesmo vivendo em sonho,

E todo o bem é um pedaço, um riso pidonho,

Que mexe e remexe no peito calado,

Mas que deixa sempre o coração agitado.

Perdidos nesta efêmera esperança,

O velho, o jovem e a criança.

Propagam nas esferas do tempo,

O fogo, a luz, esta eterna chama,

Que clama, explode, sempre destempo,

Sem pressa ou mesmo em voo inflama,

Na rápida e translúcida ideia que cinge

O ardor da vitória na face-esfinge,

Rubrando a alma que ama, apenas ama,

Inocente e provocante se deita à cama,

E vive, o agora mais intrigante, infante,

Que brilha mais que qualquer diamante,

Momento de realização, paixão e realidade,

Longe, equidistante de toda a maldade.

Nice Aranha