O Lixo e o Luxo

Meio ao caos, você de verde

Destacando-se como uma bailarina

É pena, meu bem, que eu ache

Que verde e rosa não combinam.

Eu sabia dos teus passos

Eu previa alguma cena

Só sinto pelo susto, me desculpa

Mas por mim, não há problemas.

A bala ainda se derretia em mim

Um gosto de sede, eucalipto

Nem o sol parou pra ver

O meu primeiro veredito!

Alma lavada, cabeça erguida

Subo à superfície, alcanço o ar

O sufoco na garganta se despede

A vida, agora, entre céu e mar.

Quero sonhos bons, puros ares

Quero uma linda flor pra cultivar

Ou papel e lápis, pois bastam

Mil e dois versos virão me salvar!

Suas estrelas tatuadas, um luxo

Um beijo no nariz, a formiguinha

Tua risada solta e sem pressa

Você toda, uma gracinha...

Uma pena que eu ande sem vontade

De sorrir aos quatro cantos do mundo

Mas hoje o ar me desceu puro

E eu me disponho a mais um mergulho...

Eu sou assim,

Eu sofro, eu choro, imploro

Eu amo como não se deve amar

Eu me entrego e ascendo o fogo

E você me tem até ele apagar.

(Aos 24.11.08)