Dois, meio perdidos
Estávamos sozinhos em casa,
um quarto escuro,
três quartos sombrios;
um terço de solidão nos olhos
que já brilharam por ti,
dois terços de saudade
espalhados pelas sete notas musicais.
No quintal, na esquina –
a área de atrito dos sentimentos,
maratona, corrida por distantes momentos.
Distração, êxtase: arrependimentos.
Pela casa abandonada,
um, meio perdido;
um, meio suplicante;
um quarto escuro,
três quartos sombrios,
um rio de lágrimas, um oceano de distância,
emoções confusas, repetidas, repentinas.
Sem sono, eu sonho com tudo;
sem sonhos, o sono te persegue.
Um corredor estreito,
um segundo perdido,
um esbarrão, porém, nos levou além
de ilusões, contradições, esperanças.
Um sexto sentido, cinco cestos caídos,
um beijo tornou a esquentar
corações gelados, sofridos.
Dois meio tímidos, parados:
um quarto vazio, três quartos fechados,
um inteiro amor redescoberto
entre dois lados do mesmo coração.