A Alma é Britânica

Não adianta já cansado corpo

Sentires saudades do cemitério

Relógio onde circulam os mortos

Destes giros e reciclos tortos

Porque a Alma nunca atrasa

E é ela quem segura a clave

Da profunda cova rasa

Cabina desta silenciosa nave

Que a leva a todos universos

Para ovular prótons e elétrons

Na luz do único núcleo que contém

O átomo neste incomeçável vaivém

Levanta-te! Que a alma por eterna é nova

E é ainda sem “habite-se” a tua cova

Não te apressa e toma mais um mate

Pois é ela quem consome a corda

E não erra o tempo de cumprir-se o vate.

Aldo Urruth
Enviado por Aldo Urruth em 04/05/2009
Reeditado em 30/05/2015
Código do texto: T1575465
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