CORTINAS DA ALMA.

Enquanto o bom senso não me separar da loucura,

a solidão persistirá revisitando meu diário,

na madrugada onde a claridade ofusca uma idéia

e expõe um corpo nu e solitário;

sinto meus ossos reclamando o estresse cotidiano.

Quero o silêncio mas o vento é indiscreto,

seu silvo escandaloso açoita a janela,

soprando pesadelos e emoções, minha alma é prisioneira

e a caneta vilipendia a essência;

a força do verso pertence a ela.

Tenho a loucura e ausência do afeto,

porém, da perfeição dos SALMOS vem o alivio,

eu os devoro compilando paz e discernimento,

minha caneta é a testemunha a eternizar na página,

imprimindo a escrita e catalogando o gesto...

Os SALMOS ensinam; a dor não é infinita.

A poesia é meu alento.

O bom senso retorna, porque a loucura reclama a insônia.

O corpo nu abandona-se no colchão semiortopedico.

A caneta repousa semi-seca de idéias.

O vento ainda reluta e a janela não o condena,

contudo, agora é o cansaço que assina a trégua.

Fecham-se as cortinas da alma.

Sandro Colibri
Enviado por Sandro Colibri em 04/05/2009
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