Complexificado

Sinto frio e sinto calor,

Sinto-me presa à grades em prisões anteriores a mim.

Sinto-me perdida no vazio que você deixou,

e agora o que sou sem o teu carinho, sem teu amor?

Pois do que eu era, nada mais restou.

Restou-me apenas esse imenso nada

nesse infinito escuro da minha mente

e você mente

fingindo se importar comigo

É esse o maior castigo:

o nada que sobrou de tudo.

Olho ao meu redor e você não está aqui,

percebo que nunca esteve

Você para mim foi a medida perfeita de toda a imperfeição que fomos,

o erro mais ridículo, desse sentimento ridículo que foi te amar como eu te amei.

Você não sentiu como eu não sinto mais nada, nem sei se serei capaz de sentir.

Você é o ápice de tudo o que eu mais quiz e de tudo o que menos quero agora.

Esse sentimento é inexplicável,

o amor é inexplicável.

O amor me deixou sem amor e fria.

Sozinha.

Sonhando.

Sofrendo.

Chorando.

Não há paz na minha mente, quando você mente!

E como eu minto para mim mesma que sou o que não sou.

E eu sei que você sabe que não sou o que sou quando sou você...

E o que sou, nem saberei que sou, pois você levou consigo as recordações do que eu era...um pedaço de mim...o pedaço mais cheio e mais vazio, o mais brilhante e o mais sombrio...

Você é quem me trouxe a mais profunda escuridão da noite.

Você levou meu lado mais vil e mais nobre, hoje sou uma marca apagada pelo vento da desilusão...

O amor não simplificou a minha vida,

apenas complexificou.