CANTOS DE AMOR


Canto III



Por onde anda aquele, por quem meu coração padece?

Vem ter comigo, ó amado, o que tem ventre de caminho de bois,
umbigo de poço, profundo e magnético, atraindo meus carinhos!

Vem, amado, de coxas feito monumentos, pilares do altar do deus de todos os deuses!

Vem, que te faço orações e sacrifícios, e me ajoelho em frente à tua imagem!

Tu, poema entre os versos, amado e esperado, como as manhãs de primavera, escolhido por essa pele de relva - veludo tenro de calores tantos.

Tu, amado, por quem meu coração suspira, de pés delicados como asas,
voa ao meu encontro, repousa em meu regaço, como cisne em espelho d’água.

Vem, ó doce amado, e ocupa teu trono no reino de meu corpo, dá as ordens com essa tua voz de violinos aos meus ouvidos servos, que sorvem teus sons, como sorvo teus odores!


*********