"De Olhos Vendados"

"...A luminosidade do seu sorriso contrasta com a chuva lá fora,

Muito embora aqui dentro o sol é você.

Palavra Concreta,

Me aquece por completo.

Onde eu objeto inteiro,

Reparto-me em mil pedaços tentando compreender a sua multiplicidade.

Salto da plataforma da razão e mergulho em seu olhar num momento de descuido seu, e me perco neste mar de sentimentalidades.

Supra - Sumo da criação, referencia quintessenciada do ser,

Faz-me reconhecer o que há de mim em você,

Visualizando seu universo mágico, cosmo infinitamente pessoal,

Que não fenece e se espalha no ar.

Personificação da primavera, renova-se e dá frutos todos os dias,

Encantando-me com a sua alquimia.

Ponto de chegada e partida,

Sua presença me inebria e torna-me mais leve,

Mesmo que a vida seja breve,

Ver-te se torna um momento eterno.

Mesmo que te querer seja uma utopia,

Vaga fantasia do poeta,

Que cercado de vontades e desejos consegue ver-te mesmo de olhos vendados.

Vejo andorinhas a voar emoldurando a sua beleza refletida no seu simples gesto de andar.

Maravilhoso poema que consigo ler,

Mas, jamais mais conseguirei interpretar..."

("De Olhos Vendados", by Carlos Venttura)

Carlos S Venttura
Enviado por Carlos S Venttura em 08/05/2009
Reeditado em 20/10/2010
Código do texto: T1582568