VÍCIO CONFESSADO!
O leve tilintar do sino de vento
anuncia e apregoa a sua existência
promovendo um súbito arrebatamento
uma leve sacudida de consciência
Assim ao léu, assim alheio,
vou te desenhando na espuma,
sorvendo-te no doce que saboreio
e na fumaça do cigarro que fumas.
Vício confessado, em cada trago,
em cada sopro expelido
soprado ao ar, mas vago...
um balançar de cabeça atrevido
Assim, me é ofertado... todo!
De boca aberta na cicatriz
inteiro, livre! Sem engodo
o sino canta o que me diz:
"Sim, sim, sim..."