Recomeçar
Toda água que de meus olhos transbordam
Forma um rio de turva solidão...
Se algum incauto dela beber sem aviso
Esquecerá toda mágica vinda de um sorriso
Da face amada perdida na multidão
E nesse rio despejo toda tristeza
Toda amargura, vazio, incerteza
Na esperança tênue que ele tome outro rumo a vagar
Deixando enfim a margem de minh'alma a sossegar
Lavei todo sentimento vil e profano
Que meu coração sufocou em desengano.
Leva, Vida, esse mar de fúria embora
Pois é chegada a hora
Outra vez...
Recomeçar.