Poetizando o Amor

Rasguei tudo de ruim que havia em mim,

joguei fora tudo aquilo que não prestava,

as lembranças boas, felizes e construtivas

ficaram intactas, insolúveis, saíram incólumes,

toda malemolência e malícia que existia sumiu.

Uma brisa de positividade inebriou meu ser

de uma maneira avassaladora e incorruptível,

uma força absurda e indelével brotou plena.

Os pensamentos plúmbeos e monocromáticos

que perturbavam e corroíam a minha alma

esvaíram-se junto com o caos que há muito

havia se instalado em minha vida gélida.

Foi quando percebi aquele olhar de soslaio

pairando sobre mim, buscando decifrar-me.

Aproximou-se sédulo, me deixando incrédula

falando do sofrimento por meio de litotes,

fiquei desnorteada, confusa e ressabiada,

depois, suas poéticas palavras acalentaram-me.

Aceitei o seu amor de modo literal e retribui,

toda dor pungente transformou-se em esperança,

sua presença era um deleite aos meus sentidos,

riamos, chorávamos e compartilhávamos tudo

desde o que buscávamos manter absconso,

até nossos mais pudicos e inocentes devaneios,

queria gulapar sua presença, seu riso, seu ser,

numa relação simbiótica de supervivência.

O amor renovou, reeditou minha essência,

trouxe um novo significado para meus atos,

permitiu desvencilhar-me do egoísmo bruto

e tornar-me uma pessoa altruísta, benevolente,

destemida e, ininterruptamente, invencível.

SHEL AHMAD
Enviado por SHEL AHMAD em 15/05/2009
Reeditado em 18/05/2009
Código do texto: T1595702
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.