Ela contempla o céu

Ela contempla o céu.

Deitada na terra fria.

Nem todas as pálidas estrelas

Em sua poética majestade

A fazem esquecer a saudade

Que a cobre como um véu.

Ela contempla o céu.

E a noite, com seu manto de névoa

Cobre a tristeza densa, sem trégua

Deixando-a invisível

Como se o mundo fosse insensível

Esquecido de sua dor.

Na solidão de seu vazio

As lágrimas correm como um rio

A lua chora em companhia

Num cadente suspirar, esperando o dia.

Ele contempla o céu.

Deitado na terra fria.

Mãos de unem.

Almas se fundem.

A névoa se dissipa, descortinando a paisagem

O luar se renova, pedindo passagem

As estrelas brilham como que pela primeira vez

E eles contemplam o céu.