Um Poema para uma Poesia

Eu quero escrever um belo Poema

Para dar de presente a uma Poesia

Que anda se sentindo sozinha e vazia

Num caso muito triste de falta de fonema

Acontece que anda sem Poema ela.

Porque ficou com muitas seqüelas

Da última relação que vivenciou

Com certo texto que a enganou

Era um texto muito complicado

Cheio de ficção e mal explicado

Desses que deixam todo mundo tonto.

Ela misturou-se com um certo Conto

E sonhou uma história tão maravilhosa

Na qual casaria com ele em Poética Prosa

E teriam muitos Haikais e Poemetos

Que ninariam felizes até dormirem Sonetos

Mas é que o Conto mentiu ser de fadas

Daqueles de princesas belas desmaiadas

E no final era uma história de terror

De apenas tristezas em lugar do Amor

Eu quero ver se o Poeminha a salva

Vindo montado em folha-égua alva

Para beijá-la e devolver à vida

A Poesia que dorme sem amor tecida

Não tem tinta azul o Poema ou fineza

Nunca desfilou nos livros das altezas

E não pertence à corte literária

Mas não vai deixá-la em torres, solitária.

É textinho plebeu, de Amor operário

Não como o tal nobre Conto que era do vigário.

Aldo Urruth
Enviado por Aldo Urruth em 20/05/2009
Reeditado em 29/12/2015
Código do texto: T1603822
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