DEVASSA

Sou uma mulher fora do tempo...

Alguém que não gosta de usar máscaras

Talvez isso me faça diferente...

Ou é essa posição que me arrasa!

Sou mãe, amiga, conselheira...

Educadora, filha, cozinheira...

Mas não sou personagem...

Apenas vivo da vida os momentos!

E sou poeta, ainda na poesia engatinhando...

Tentando dar voz ao meu coração...

Nem sei se eu mesmo consigo entender

Porque isso me dá tanta satisfação!

Só que na cama, ao estar com meu amado

Sou mulher da vida, uma rameira, uma vadia!

Raro momento em que abandono a poesia

E vivo meus instantes de loucura e orgia!

Devassa? Nesse instante, com certeza!

Mas ao sair da cama, viajar nessa magia...

Na lembrança do que vivemos...

Meu coração apaixonado, volta a ser poesia!

E quando você me pede para ser devassa...

Ser a mesma fera que sou na cama

Aqui... na minha poesia, o sentimento que tenho

É de desespero... devastador!

Nessa hora, meu coração sangra...

E se fecha mais e mais para o mundo...

Se nem o homem que eu amo me enxerga...

Como posso pedir isso a quem me cerca?

Não me vejo devassa na vida

Não sou devassa nem na poesia...

É somente a voz de um coração poeta...

Que mesmo sensual ama com maestria!

Santo André, 28.12.04 – 19:00 h