O Prazer de Viver: O Amor

Quando me viste ao longe

Aposto que tu não imaginaste

Nem de longe que assim

Era o meu ser eu

E agora se vê encurralada

Num caminho tortuoso

Onde fostes caminhar

Meu amor, por que eu?

Amar-te tem sido pouco

Eu sei que sou falho

Até os médicos erram

As máquinas erram

Eu não poderia ter errado

Pelo menos não tão tanto

Redundante tu sabes que é

Meu amor, por quê?

Não atendendo as tuas

Expectativas foram perdidas

E eu sei que tu esperas

Muito mais de mim

Pouco tenho a dar

Senão desgostos estúpidos

E preocupações desnecessárias

Meu amor, porque eu te amo;

Amar não é fácil

E amar-te não é diferente

Mas o maior erro foi teu

Desculpe-me por dizer-te isso

Mas tu sabes que é verdade

Pois tu que me levastes pro teu mundo

E do teu mundo eu nada sei

E tu sabes o porquê;

Ao teu lado não basto

É preciso do pensamento

Atenção chamar

E o sentimento de prazer sentir

Como quem caminha

Com os pés ao chão

Sem se preocupar em sujar

Assim também é o coração;

Se a gente lamenta uma perda

E esquecemos da vida

Esquecemos também do prazer

E a vida que ainda vivia

Também morre

Mas assim não pode ser

Pra alegria de quem morreu

Resta à quem está vivo: viver.

Júnio Dâmaso
Enviado por Júnio Dâmaso em 28/05/2009
Reeditado em 31/12/2017
Código do texto: T1619260
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