Apelo ao poeta meu

Necessito que me entendas...

Meu pálido coração dos grilhões se soltou!

Confunde-me a canção com o compositor

perturba-me a poesia e o trovador...

Não posso macular teus sentimentos!

Deixei meus rascunhos numa pasta esquecida...

Meus sonhos se reconstroem ,essência é o que restou!

Entenda-me, já passaste causa igual,

nem tudo aos poetas é dado compreender...

Se assim o fosse, toda poesia se repetiria!

E poesia nasce e morre se não for colhida ao seu amanhecer...

Como a flor, poesia só se colhe a escolhida

Por isso não me tenhas mal...

Permito-me ser tua musa neste instante chamado sempre

e, mesmo que não te pareça

Eis meu tudo: a poesia, a flor e o lume da manhã...

Necessito que não sofras, poeta meu...

Quis vir para te alegrar...

Perpetuei o meu sorriso por milênios

para colocá-lo em tua oferenda!

Sei que hoje não conseguiste entender-me...

Por isso, tardar da hora, insone e triste,

dedico-te esta tímida e rimada lágrima.

Junto a ela este sorriso que amas sem conhecer

e no sorriso a poesia, os versos todos,

o ímpeto de te amar...

Necessito que me deixes germinar...

Meu coração já é teu, sabes bem...

Cativaste uma semente, deixe brotar...

Se regares demais, se adubares demais,

não terás dado o tempo preciso pra crescer e pra florir...

E nos teus braços, poeta meu, não me vejo caule exânime,

vejo-me muito, muito linda e viçosa flor!

E se ainda desejar-me em meio a tantos poemas teus,

há de me ter do tempo certo até o tempo todo...

Há de ouvir nossa canção a te lembrar de meu sorriso que não vês...

Há de cuidar com leveza e ver florir o que semeaste...

Há de poder secar esta lágrima que hoje me desolou...

Mas necessito que me entendas, poeta meu, que tua sou

O templo está sendo preparado para ti, não corras tanto...

Espera... terás o sorriso, a poesia e a flor.

Nalva
Enviado por Nalva em 26/05/2006
Reeditado em 28/03/2014
Código do texto: T163131
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