Aos Bombos de Inti

Ele é de pele e madeira

De história e tradição

É a vontade e a mão

Unidas de tal maneira

Que se ouça a cordilheira

E as asas dos condores

Elevando seus louvores

Aos céus do sagrado Inti

Pedindo que ele nos pinte

Para a guerra aos opressores.

Ele é o rei dos tambores

E até o tímpano se ajoelha

Porque ele é um pele vermelha

E seu grito é o dos tremores

É a voz dos antecessores

Coração dos ancestrais

Que cada vez batem mais

Em cada bombo tocado

Pois eles trazem agregados

Homens, madeira e animais.

Ele não soa com medo

Nem tem receio aos perigos

Porque lutou com os antigos

Carregando os seus segredos

E avisando ainda cedo

Da chegada do invasor

Que só por ser traidor

Conseguiu ganhar a guerra

E banhar a nossa terra

Com puro sangue e horror.

Ele é bem mais que um tambor

É semente musical

Da escala original

Que compôs o criador

Para o homem tocar o amor

Nas trilhas da natureza

E nos mostrar com certeza

Que é real sua existência

E que a música é a essência

Que nos liga a sua alteza.

Este é o bombo legüero

Que tantas léguas caminha

Levando a tua e a minha

Vontades de ser guerreiros

Como eram os primeiros

Que combateram os tiranos

Assassinos desumanos

Que ainda hoje nos exploram

Sem se importar por que choram

Os latino-americanos.

Aldo Urruth
Enviado por Aldo Urruth em 07/06/2009
Reeditado em 20/12/2015
Código do texto: T1636101
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