O ÚLTIMO POEMA (Dramaturgia)
(Sócrates Di Lima)
As cortinas se fecham silenciosas,
Uma mudez sem precedentes domina a consciência.,
As luzes da Ribalta se apagam aos olhares e vozes espantosas,
Pois, a voz que declamava se fez em abstinência.
As portas se abrem escancaradamente,
E nas mentes, uma exclamação sem resposta.,
- Porque do silêncio do poeta incandescente!
E o eco se escondeu atrás da porta.
As luzes daqueles olhos se apagaram em meio a prantos,
Que banharam as páginas desfolhadas do livro santo.,
Escritos melancólicos e alegres se resumiam aos cantos,
E a alma do poeta deixou sua luz se cobrir com o negro manto.
E o poeta se calou...
Declamou sua última poesia, sorriu e chorou!
Nela havia tanta vida, tanto sonho que se abortou,
Ao silenciar de sua musa que tanto o inspirou.
E na poeira cósmica que cobria a íris em neblina,
O poeta foi abduzido pela luz de uma nave tridimensional invisível.,
Deixando sobre o palco, o manto do amor de sua menina,
Que ao deixa-lo de amar, o fez peregrinar como um ente perecível.
E quando as luzes se apagaram, nada mais se ouviam,
Senão ruídos exclamativos de indignações.,
Das páginas fechadas e rasgadas do livro que escreviam,
Todos aqueles ouvidores corações.
E no seu último ato que a alma manifesta,
Mostrou o poeta seu amargo dilema.,
Visto que foi o abismo deixado pelo amor daquele poeta,
Que partiu sorrindo ao declamar seu último poema.
(Apenas um poema...fruto de uma imaginação)
(Poema que declamado motivou as palavras do poeta-poema anterior(ficção).
O ULTIMO POEMA(declamado no palco)
(Sócrates Di Lima)
Cantei minha vida estrada a fora,
Quantas vezes da tua vida quis ir embora.,
Mas o meu amor por ti vem desde outrora,
E não podia abandoná-lo porta a fora.
Tu minha musa não olhas mais para mim,
Teu olhar desencantado me maltratou.,
Houve no teu sorriso ironia e cor de fim,
De um adeus, que me arrebatou.
E neste palco de luz quase se apagando,
Tu deixaste uma carta de despedida,
Disseste que teu amor por mim estava findando,
E eu sem ti, não tenho outra saida.
Este é meu último poema,
Escrito com as penas do meu coração.,
Palavras mortas fizeram o tema,
E eu não tenho outra solução.
E de amor eu me perdi nos meus encantos,
Me entreguei de corpo e alma sem questionar.,
Agora tu vens e me faz em prantos,
Sabendo que a mim nunca mais vais amar.
Este é meu último poema, triste talvez,
Mas ainda soa na minha alma os dizeres teus.,
Quando nem se quer quis me ver pela última vez,
E na distância dos meus olhos, me disseste adeus.