CASTELOS DE AREIA

Num dia qualquer de verão, sem vento, resolvi construir um castelo na praia do meu coração. Sem o velho traquejo, mas com uma colher, um copo de água e um projeto.

Juntei a areia que umedecia aos poucos, gota a gota. Moldei as partes com a colher de sobremesa.

Sem muita firmeza. Mas a cada novo cômodo o sonho se expandia.

Envolvida deixei de observar a tarde que caia.

Não tardou chegou a primeira brisa, trazida não sei de onde: do passado? Do além?

A areia, quase seca, deslizou aqui e ali. Tentei recolocar, mas as partes, ali em pé, não aderiram com a mesma firmeza.

Ficou um castelo meio assim: nem de princesa nem real.

A brisa virou vento que, de tempo em hora, vem causticando o meu projeto.

Hoje já nem sei se é só areia, mas na praia estão a colher e o copo.

Etelvina de Oliveira
Enviado por Etelvina de Oliveira em 12/06/2009
Código do texto: T1645203
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.