É Por Isto... Que Isto Canto!

Logo eu que não me submeto nem me adestro

A esse modo de viver tão macabro e sinistro...

Eu que sigo apesar de todas dores e não desisto...

Problema delas...Eu prefiro e fico com o melhor do resto

Minha vida é minha e o viver meu alegre manifesto

Ao Amor, que às dores não dou fé e nego o registro

Porque para vítima eu nunca prestei e jamais me presto

Sigo embalando meu sonho que todos dias refloresto

Sou um derrotado por mim mesmo que me reconquisto

Porque se deixá-lo acordar sei que nunca mais existo.

Não há facilidade maior do que levar e curar as dores

E tão é fácil e banal que nada de mais é preciso fazer

O espaço temporal da estrada que leva ao morrer

Se encarrega de transformá-las em amargos vapores

Que soarão nas guitarras e vozes dos pobres cantores

Dos dedos viciados nas cansadas posições menores

Que destoam tristonhas dos acordes das notas melhores

Inventariando a herança das Almas que soam em desarmonia

E que invariavelmente escolhem vibrar as notícias piores

Em ruídos altíssimos que acabam quebrando as taças dos dias

Eu não canto a limpeza dos palácios onde os sujos engordam

Esses que não amam e do mesmo modo que deitam acordam

Porque não há sonhos nessas Almas magrinhas que comem dinheiro

Eu canto é o Amor que apesar das tristezas conservo inteiro

Pra entregá-lo sem um só risquinho à minha Maria, meu Amor verdadeiro!

Aldo Urruth
Enviado por Aldo Urruth em 13/06/2009
Reeditado em 30/05/2015
Código do texto: T1646923
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